Eu que
não dou conta desse mundo polifônico,
cheio de fantasmas cantantes
cheio de fantasmas cantantes
Esquálidos
esquifes dizendo eu sou.
Já eu,
não. Não sou nem isso, nem aquilo.
Eu sou
o outro que olha o mundo pela janela de
dentro,
dentro,
Da
prisão eu sinto como porta cada barra da grade
da vida.
da vida.
Nessa
prisão de almas em vídeo clipe, inferno de
Dante, a saída é entrando cada vez mais. Quem
poderá diante do deus faminto, erguer suas hastas
em hostes, entre hashtags ou óstias?
Dante, a saída é entrando cada vez mais. Quem
poderá diante do deus faminto, erguer suas hastas
em hostes, entre hashtags ou óstias?
Esse é
o fim, meu doce amigo. O fim já estava lá dentro,
a fruta dentro da casca gritava zumbindo como
mosca: podres todas as canções.
a fruta dentro da casca gritava zumbindo como
mosca: podres todas as canções.
Sem
você ao meu lado, o chão é mole como cera.
Como
Como
São
mais moles agora as placas da história,
Se o
poeta soubesse,
Ele
cantava todas as canções de caçada,
Regadas
a vinho falerno,
Nos
aquecia com mais histórias,
Urubu
cabeça de martelo
E não
nos deixava no inverno desses nossos dias
Eu não
teria jamais o deixado ir, ainda mais
No dia
santo do lagarto rei.
É
noite, minha alma se aclara,
O véu
da madrugada se volta contra os
achacadores de revolta e volta
achacadores de revolta e volta
A nos
assombrar com o vívido véu da morte.
Com
sorte, minha consorte nos trará sonhos para o
convescote
convescote
A morte
A morte
quer o mundo e eu,
Simplesmente,
Só sei
desobedecer com a arte,
Os
doces espantalhos no meu quintal.
~Para
Roberto Piva
10
anos de sua morte ~
Fábio
Casemiro
03 de
julho de 2020
Recomendo,
Você ler ouvindo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário